
Gaudenzio Marconi (1841-1885), Le tireur d'épine ("O Espinário"), c. 1870
A arte contemporânea na maioria das vezes, como diria Millôr, é “um não sei quê pra não sei como” e isso me deixa simplesmente nauseado.
Mas, afinal, é disso mesmo que se trata a arte contemporânea, não é? De provocar uma reação no espectador?
Portanto, como espectador, me sinto no direito de ter a reação que eu achar adequada, como naquela vez em que fui ver uma obra do Nuno Ramos onde tinha de tirar os sapatos e ficar caminhando em cima dela só de meias. Fiquei pensando “eis aí o meu chulé. o meu chulé é o que eu penso da sua obra. toma, toma chulé na sua obra de merda, toma”.
Confesso que impregnar a obra de Nuno Ramos com meu chulé foi uma sensação libertadora. E a arte existe pra isso mesmo, né? Pra libertar… nem que seja o chulé.